O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) não tem uma única causa. Ele é resultado da interação de diversos fatores – biológicos, psicológicos e ambientais – que, juntos, aumentam a vulnerabilidade da pessoa ao desenvolvimento de uma ansiedade persistente e difícil de controlar.
Entender essas causas ajuda a tirar o peso da culpa e a compreender que a ansiedade generalizada não é uma fraqueza pessoal, mas sim uma condição que pode se manifestar em diferentes fases da vida, dependendo do contexto e da história de cada um.
1. Fatores genéticos e biológicos
A genética pode ter um papel importante no surgimento do TAG. Pessoas com histórico familiar de transtornos de ansiedade ou depressão tendem a ter um risco mais alto de desenvolver o transtorno. Isso não significa que a ansiedade seja “herdada”, mas sim que há uma predisposição biológica que pode se manifestar diante de certos gatilhos.
Além disso, estudos mostram que o funcionamento de determinadas áreas do cérebro, como a amígdala e o córtex pré-frontal, está relacionado à forma como percebemos e reagimos ao medo e à incerteza. Alterações na regulação de neurotransmissores, como a serotonina, a noradrenalina e o GABA, também podem contribuir para uma maior sensibilidade à ansiedade.
2. Histórico de vida e ambiente emocional
As experiências vividas durante a infância e adolescência influenciam significativamente a forma como lidamos com o estresse. Ambientes familiares marcados por instabilidade, críticas constantes, excesso de cobrança ou pouca segurança emocional podem favorecer o desenvolvimento de padrões de preocupação e autocobrança, que mais tarde podem evoluir para TAG. Pais superprotetores ou ansiosos podem transmitir para os filhos a visão de que o mundo é perigoso demais, o que pode gerar uma mente com mais medo, preocupações e pensamentos catastróficos, por exemplo.
Mesmo em adultos, viver por longos períodos em situações de estresse contínuo, como relacionamentos abusivos, ambientes de trabalho tóxicos ou pressão financeira constante, pode aumentar o risco de desenvolver o transtorno.
3. Traumas e eventos marcantes
Experiências traumáticas, como perdas, acidentes, abandono, violência ou negligência, deixam marcas emocionais profundas. Em algumas pessoas, esses eventos não resolvidos podem gerar um estado de alerta contínuo e de hipervigilância, mesmo quando o perigo já passou. Isso pode contribuir para o surgimento de um padrão ansioso crônico, característico do TAG.
4. Estresse crônico e ritmo de vida acelerado
A vida moderna impõe um ritmo acelerado e muitas vezes incompatível com os limites do corpo e da mente. Excesso de estímulos, cobranças constantes, pressão por desempenho e a dificuldade de desconectar podem contribuir para o desenvolvimento ou agravamento da ansiedade generalizada, sobretudo quando não há espaço para descanso e recuperação emocional.
5. Fatores de personalidade
Pessoas mais perfeccionistas, autocobradoras ou com tendência a querer controlar todos os aspectos da vida estão mais suscetíveis a desenvolver TAG. Isso acontece porque a necessidade constante de prever e evitar riscos pode gerar um padrão de preocupação excessiva com o futuro, característica marcante do transtorno.
O TAG tem tratamento
O transtorno de ansiedade generalizada não tem uma causa única ou simples. Ele surge da combinação de fatores genéticos, experiências passadas, ambiente emocional e funcionamento cerebral. Entender isso é essencial para olhar para a ansiedade com mais compreensão e menos julgamento.
A boa notícia é que, independentemente das causas, o TAG tem tratamento. Com psicoterapia, apoio médico e mudanças no estilo de vida, é possível aprender a lidar com a ansiedade, reduzir o sofrimento e recuperar o equilíbrio. Se você se identifica com esses padrões de preocupação constante, não hesite em buscar ajuda. Você não precisa enfrentar isso sozinho.
