Sentir ansiedade é algo natural e, até certo ponto, saudável. Ela faz parte da vida e pode nos ajudar a reagir a desafios, se preparar para situações importantes e nos proteger de riscos. No entanto, quando a ansiedade deixa de ser pontual e passa a estar presente quase todos os dias, por tempo prolongado e sem motivo claro, é hora de considerar que pode haver um transtorno, como o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).
Entender a diferença entre uma ansiedade normal e uma ansiedade patológica é fundamental para identificar quando é o momento certo de buscar ajuda profissional. Veja a seguir os principais pontos que diferenciam essas duas experiências:
1. Frequência e duração
- Ansiedade comum: Aparece em situações específicas, como antes de uma prova, uma entrevista de emprego ou uma apresentação. Depois que o evento passa, os sintomas tendem a desaparecer.
- TAG: A preocupação é constante e duradoura, mesmo sem motivo evidente. A mente está sempre ocupada com “e se…” e o corpo vive em estado de tensão, mesmo em dias aparentemente tranquilos.
2. Intensidade e controle
- Ansiedade comum: Costuma ser proporcional à situação e é possível manter o controle sobre ela.
- TAG: As preocupações são desproporcionais, difíceis de controlar e invadem diversas áreas da vida: saúde, trabalho, relacionamentos, finanças, segurança e o futuro como um todo.
3. Impacto na vida
- Ansiedade comum: Pode causar desconforto momentâneo, mas não impede a pessoa de viver normalmente.
- TAG: Afeta o sono, o apetite, a produtividade, os relacionamentos e a qualidade de vida. A pessoa pode se sentir cansada o tempo todo, mesmo sem ter feito esforço físico, e ter dificuldade para relaxar ou aproveitar momentos de descanso.
4. Sintomas físicos e emocionais
- Ansiedade comum: Pode causar leve agitação, suor nas mãos ou aperto no estômago em situações de estresse.
- TAG: Vem acompanhada de tensão muscular persistente, dores de cabeça, cansaço constante, irritabilidade, dificuldade de concentração, entre outros sintomas físicos e emocionais que aparecem mesmo sem gatilhos específicos.
5. Percepção subjetiva
- Pessoas com ansiedade comum costumam reconhecer que estão nervosas por um motivo claro.
- Já quem vive com TAG muitas vezes não consegue identificar o motivo exato da preocupação, mas sente que algo está sempre prestes a dar errado.
Exemplo do dia a dia
- Ansiedade comum: “Tenho uma reunião importante amanhã e estou um pouco tenso. Vou me preparar e dormir cedo para estar bem.”
- Ansiedade generalizada: “E se eu não conseguir apresentar bem? E se meu chefe achar ruim? E se eu perder o emprego? E se eu não conseguir outro trabalho? E se…?”
Esse tipo de pensamento repetitivo e incontrolável é o que caracteriza o TAG.
Como recuperar o equilíbrio e retomar a qualidade de vida
A ansiedade faz parte da vida, mas quando ela se torna excessiva, constante e difícil de controlar, passando a atrapalhar sua rotina e bem-estar, ela deixa de ser uma aliada e pode indicar um transtorno que merece atenção.
O Transtorno de Ansiedade Generalizada tem tratamento. Com acompanhamento profissional de um psiquiatra, é possível recuperar o equilíbrio, reduzir os sintomas e retomar a qualidade de vida. Se você sente que a sua mente nunca desliga, que vive em estado de alerta mesmo sem motivo claro, considere buscar ajuda. Você não precisa lidar com isso sozinho.
