Ao falar em crise de ansiedade, muitas pessoas imaginam uma situação intensa e passageira, como falta de ar, coração acelerado e sensação de descontrole, algo que atinge um pico e depois passa. Esse tipo de episódio está mais relacionado ao transtorno do pânico, que é diferente do Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).
No caso da ansiedade generalizada, o que chamamos de “crise” geralmente não acontece de forma aguda, mas sim como uma intensificação temporária dos sintomas que a pessoa já carrega no dia a dia. Em outras palavras, o TAG não costuma gerar crises súbitas e curtas, mas sim períodos prolongados de tensão, preocupação e desconforto físico, que podem durar horas, dias ou até mais, dependendo da situação e da forma como a ansiedade está sendo vivida naquele momento.
O que o paciente muitas vezes identifica como uma “crise” de TAG pode ser, na prática, um pico de tensão, um momento em que os sintomas se tornam mais difíceis de suportar, com pensamentos mais acelerados, sensação de cansaço extremo, irritabilidade, insônia ou até sintomas físicos como dor no estômago ou aperto no peito.
Esses picos costumam surgir em situações específicas, como antes de uma reunião importante, após um conflito emocional ou durante períodos de estresse acumulado. E, diferente das crises de pânico, que duram geralmente entre 10 e 30 minutos, os episódios relacionados ao TAG podem se prolongar por horas e se repetir ao longo dos dias.
Outro ponto importante é que, no TAG, os sintomas não desaparecem completamente entre as crises. Mesmo quando não há um pico evidente, a ansiedade persiste em segundo plano, como uma tensão contínua que acompanha a pessoa em várias áreas da vida.
Fatores que influenciam essa duração
- Nível de estresse acumulado;
- Situações de cobrança ou pressão;
- Sono inadequado;
- Consumo de estimulantes, como cafeína ou álcool;
- Ausência de estratégias eficazes para lidar com a ansiedade.
E o que pode ajudar a reduzir esses episódios?
Identificar os gatilhos emocionais, trabalhar os pensamentos ansiosos em psicoterapia, cuidar da rotina de sono, adotar práticas de respiração e, em alguns casos, utilizar medicação, são formas eficazes de reduzir a frequência e a intensidade dessas fases mais difíceis.
A ansiedade generalizada tem explicação e tem tratamento
Embora o TAG não provoque crises intensas e pontuais como no transtorno do pânico, ele pode gerar períodos prolongados de sofrimento emocional, que muitas vezes são descritos como “crises”. Esses momentos de piora não têm uma duração exata, mas podem ser controlados com o tratamento adequado.
Se você sente que vive em constante estado de preocupação, tensão e desgaste emocional, saiba que isso tem nome, tem explicação e também sua ansiedade tem tratamento. Procurar ajuda de um psiquiatra é o primeiro passo para retomar o equilíbrio e o bem-estar no dia a dia.
